“Como é o Amor? Ele tem mãos para ajudar os outros. Tem pés para apressar-se na direção dos pobres e necessitados. Tem olhos para enxergar a miséria e a privação. Tem ouvidos para ouvir os suspiros e os lamentos dos homens. Assim é o amor”

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Aproximando o futuro

Você, ou um ser querido, enfrenta um câncer da próstata. O avanço do câncer preocupa, seja porque está avançando, seja porque pode recomeçar a avançar. Você olha com esperança para as pesquisas, os novos medicamentos que estão sendo testados, novas terapias ETC. Você sabe que a sobrevivência aumentou muito nos últimos dez anos, em parte devido a novos tratamentos.

Porém, você também sabe que muitas pesquisas acabam não produzindo novos medicamentos e que muitas das que alavancam tratamentos mais avançados demoram muito tempo até estarem disponíveis.

Pesquisadores consultados afirmaram que, na atualidade, a duração prevista das pesquisas é de 11,5 a 16,2 anos, calculando amostras de cerca de mil pacientes, com um tempo de recrutamento de cerca de cinco anos. São pesquisas que não beneficiarão muitos dos atuais pacientes, que morrerão antes e não somente de câncer. Nas idades avançadas da grande maioria dos pacientes, muitos morrem – a maioria de outras causas – em quinze anos.

Se você tem esse tipo de preocupação, você vai gostar da notícia abaixo.

Os pesquisadores de um grupo de trabalho chamado

ICECaP acompanharam pacientes durante dez anos – na mediana – e concluíram que há uma correlação muito alta entre a sobrevivência em geral (, chamada de OS, overall survival, incluindo todas as causas de morte) e o tempo que leva até a metástase, em pacientes com canceres localizados.

Em parte, isso é óbvio e esperado. É a metástase que mata. Quanto mais tempo até a metástase, maior a sobrevivência…. Porém, o tempo que leva do aparecimento da primeira metástase até a morte não é sempre o mesmo. Longe disso.

Exemplo: se a metástase for para uma víscera, particularmente para o fígado, a sobrevivência mediana é menor do que a metástase mais comum, que é para os ossos.

Talvez muitas dessas diferenças já estejam embutidas no tempo até o aparecimento da primeira metástase.

A relevância para o desenvolvimento de novos tratamentos e novos medicamentos é que não será obrigatório esperar até que muitos pacientes morram para apresentar conclusões preliminares das pesquisas e submeter esses possíveis tratamentos e medicamentos à apreciação dos órgãos reguladores, que devem aprovar o seu uso para que possam ser fabricados e vendidos.

Terão que esperar menos, em alguns casos, vários anos menos.

Qual o resultado animador? A correlação de Kendall entre a OS, sobrevivência geral, e o tempo livre de metástases (metastasis-free survival – MFS) é altíssima, 0,91. O chamado coeficiente de determinação, R2, é 0,83. A regressão foi entre a sobrevivência geral aos oito anos e a ausência de metástase aos cinco anos.

Confirmada essa associação para vários tipos de pacientes, os medicamentos chegarão às prateleiras três anos antes! É imaginável que esse ganho seja aumentado se essa associação se revelar tão íntima entre medidas com um intervalo maior entre elas.

Tratamos de estender vidas humanas. Se os medicamentos mais recentes estivessem disponíveis três anos mais cedo, dezenas de milhões de anos de vida poderiam ter sido salvos em todo o planeta.

Vale a pena ler mais:

Xie W, Regan MM, Buyse M, et al. Metastasis-free survival is a strong surrogate of overall survival in localized prostate cancer [published online August 10, 2017]. J Clin Oncol. doi:10.1200/JCO.2017.73.9987.

GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ


Você e seu médico. Quando o desconhecimento do seu médico pode lhe matar.

Alguns leitores se perguntarão porque insisto em que seus urólogos e oncólogos usem a internet e saibam Inglês (apenas leitura). Há uma grande quantidade de pesquisas sendo realizadas e várias inovações são reveladas cada ano; esses resultados são apresentados em reuniões, simpósios, seminários e conferências e através de publicações. As apresentações feitas nessas conferências são disponibilizadas pela internet e, quase sempre, são em Inglês. Muitas revistas apresentam versões online adiantadas. Veja,por exemplo, as reuniões profissionais dos últimos meses cujos trabalhos são disponibilizados e comentados pela internet:AUA 2008 – The American Urological Association 2008 Annual Meeting May 17 – 22, 2008 Orlando, Florida, USA EAU 2008 – European Association of Urology 23rd Annual EAU Congress March 26-29, 2008 Milan, Italy SUFU 2008 – Society for Urodynamics and Female Urology (SUFU) 2008 Winter Meeting – Joint meeting with ISPiN, GURS and GUS February 28- March 2, 2008 Hyatt Regency – Miami, Florida, USA ASCO GU 2008 – American Society of Clinical Oncology (ASCO) The Genitourinary Cancers Symposium 2008 Genitourinary Cancers Symposium – A Multidisciplinary Approach February 14-16, 2008 San Francisco, California, USA WUF 2008 – Winter Urologic Forum Thirty Second Winter Urological Forum – State-of-the-Art in Urology January 25-29, 2008 Vail Marriott Mountain Resort and Spa Vail, Colorado, USA SUO 2007 – Society of Urologic Oncology 2007 Winter Meeting November 29 – December 1, 2007 Natcher Conference Center, National Institutes of Health – Bethesda, Maryland AUA NY 2007 – American Urological Association New York Section 105th Annual Meeting Buenos Aires, Argentina November 10th – 16th, 2007 WCE 2007 – World Congress of Endourology (WCE) 25th World Congress of Endourology and SWL October 30th – November 3rd, 2007 Cancun, Mexico URS 2007 – Urological Research Society – 2007 Urological Research Society Meeting October 25th – 28th, 2007 Napa, California, USA ASRM 2007 – American Society for Reproductive Medicine (ASRM) 63rd Annual Meeting Capitalizing on Innovations in Reproductive Health Care October 13-17, 2007 Washington Convention Center – Washington, DC, USA SIU 2007 – 29th Congress of the Societe International d’Urologie SIU 2007 – Optimizing Clinical Outcomes in Prostate and Renal Cell Carcinomas The Second Annual Symposium on Advanced GU Malignancy September 2-6, 2007 Palais des Congres de Paris, France Evidentemente, há muitas reuniões de associações profissionais somente nessa especialidade médica. É impossível comparecer a todas. Os médicos não fariam outra coisa, indo de um congresso para outro. A solução é se manter ao dia lendo os trabalhos e resumos pela internet – que estão em Inglês. E quem não participa, não lê Inglês e não usa a internet? Passa a ser um usuário secundário, terciário ou pior das informações. Vai a reuniões no país, onde esses resultados e conhecimentos são retransmitidos. Esses são os secundários. Ou fica dependendo de uma conversa casual com alguém que foi. Esses são os terciários. Ou não faz nada disso e fica parado no tempo. Podem passar cinco, dez, vinte anos até que incorporem o conhecimento à sua prática clínica. Seus pacientes são tratados com a medicina de cinco, dez, vinte anos atrás. É um quadro que vale para qualquer área do conhecimento. Câncer, derrames, AVC’s, TIA’s, criminologia, prevenção dos suicídios, psicoterapia e assim por diante. O gráfico mostra o número de páginas encontráveis na internet por idioma – sobre câncer. São mais de vinte e dois milhões de páginas em Inglês e aproximadamente meio milhão cada em Português, Francês ou Espanhol. Quem não ler em Inglês perde a grande maioria das informações sobre urologia, oncologia, câncer da próstata etc.